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Do sonho à realidade: acadêmicos de Psicologia apresentam TCC sobre o movimento LGBTQIA+
Escrever e defender o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) costuma ser um processo temido pelos acadêmicos. Mas, para facilitar essa trajetória há uma importante decisão a ser tomada: a escolha do tema. E essa não foi uma escolha difícil para os acadêmicos de Psicologia do Centro Universitário IDEAU (UNIDEAU), Mateus Eduardo da Rocha e Tauane Lunedo, que desde os primeiros semestres da graduação já sabiam sobre o que gostariam de pesquisar.
Mateus sempre teve o desejo de produzir conteúdo acadêmico sobre a diversidade de gênero, e encontrou na colega Tauane a parceria ideal para escrever o TCC “Pabllo Vittar: mais que uma artista, representante imprescindível do movimento LGBTQIA+”, que aborda a relação entre o preconceito com a comunidade LGBTQIA+ e a saúde mental através dos comentários em redes sociais, um tema desafiador, pois além de retratar um assunto ainda visto com rótulos pela sociedade, também possui pouca bibliografia. “Nós tivemos que nos aprofundar em vários materiais para tentar achar autores que justificassem aquilo que queríamos expor naquele momento. Por isso eu acho tão relevante esses estudos, porque eles são escassos”, explica Mateus.
A forma encontrada pela dupla orientada pela professora Me. Michele Rauber Mattana foi buscar por conceitos chaves, como representatividade, preconceito, homosexismo entre outros, porém, na busca por essas referências depararam-se com algumas divergências. “ Autores de 1990, por exemplo, referenciam preconceito de uma forma diferente da qual enxergamos hoje, inclusive, a própria referência do preconceito tinha preconceito”, comenta Mattana. Situações como essa mostram, mais uma vez, a importância de trazer esse diálogo para dentro da Academia. “ A gente que consegue ocupar esse lugar e consegue fazer algo em relação a isso precisa começar a agir” e complementa “o caminho é aceitar isso de uma forma natural de pesquisa, não é porque a gente fala de diversidade e escolha uma pessoa pública drag queen, que não estamos fazendo ciência”, finaliza Mattana.
A acadêmica Tauane comenta também que “foi abordado como o psicólogo pode vir a auxiliar a comunidade LGBTQIA+, não somente no momento da clínica, mas em um contexto geral, levando conhecimento sobre um assunto que é tão importante e que sofre tanto preconceito”. Nesse sentido, dissertar sobre o assunto é uma forma de preparar-se para o mercado de trabalho. “ Nós enquanto futuros psicólogos precisamos nos aprofundar sobre essa temática, porque pacientes dessa comunidade vão chegar e precisamos estar preparados para atender a diversidade da nossa sociedade”, ressalta Mateus.
A repercussão nas redes sociais
Mateus é fã da Pabllo Vittar e twittou, ainda no início do TCC, que faria o trabalho abordando a artista através de uma pesquisa documental. Assim que ela viu, respondeu a publicação agradecendo o reconhecimento. Com a proximidade da apresentação, um novo tweet foi feito, dessa vez, convidando-a para assistir, a qual manifestou interesse em participar.
Após defender o trabalho ao lado da colega, o estudante resolveu compartilhar a felicidade da aprovação com outros fãs e com a própria Pabllo, o que acabou gerando grande repercussão nas redes sociais. “ É uma surpresa imensa o que aconteceu, nunca na minha vida eu imaginei que tomaria essa proporção”, comenta Mateus. “Nada foi planejado, realmente a gente construiu o TCC em cima de um sonho do Mateus e da importância de falar sobre o tema, e por fim ele quis divulgar a nossa alegria, que apresentamos e fomos bem, e acabou viralizando”, finaliza Tauane.
O trabalho foi defendido na terça-feira, 09 de novembro, e aprovado com a média 9,7. “Quando a gente vê alunos pesquisando sobre algo que não faz sentido para eles, não fica um trabalho bom, agora, quando realmente faz sentido, ele escreve, vai atrás, se impulsiona, e foi exatamente o que aconteceu com eles” e complementa “ a partir de agora eu vou começar a perguntar para os meus orientandos ‘esse tema faz sentido para você?’, se fizer a gente continua, do contrário a gente troca”, conclui a orientadora Michele.