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23/04/2012

Contador IDEAU contribui com estudos sobre a produção agrícola

Além disso, as informações geradas pelo seu trabalho receberam destaque em uma publicação local (ver PDF. logo abaixo no link "Download).
Saiba um pouco mais sobre os dados obtidos no estudo de Heider Fracasso.

  

Perdas na colheita
A produção brasileira de soja tem crescido nos últimos anos, tanto em produtividade como em área plantada e esse aumento passa a exigir maior qualidade e rapidez na colheita. A colheita mecanizada é ferramenta fundamental no processo produtivo das grandes culturas, mas quando realizada incorretamente, acarreta perdas consideráveis, diminuindo a produtividade e o lucro dos produtores. Para muitos o básico para se obter uma lavoura com qualidade e produtividade é seguir a risca procedimentos como: a escolha dos cultivares mais adaptados a essa região, uso de espaçamentos e densidades adequados a esses cultivares, plantio dentro do zoneamento, adubação equilibrada, monitoramento e controle de plantas daninhas, pragas e doenças. A condução da cultura é fundamental para garantir um bom resultado e conseqüentemente lucro, mas nada adianta ter uma boa condução se no momento de colher os resultados a colheita for mal conduzida, por exemplo, uma perda de 10% de grãos do total produzido pode representar 40% a 50% da totalidade do lucro.

Algumas medidas essenciais devem ser tomadas previamente e também durante a realização da colheita mecanizada, pois é uma das mais importantes etapas do processo produtivo da cultura da soja, e se mal conduzida, poderá significar em perdas elevadas de produto. A umidade do grão fora das condições ideais de colheita, regulagens incorretas e velocidade excessiva da colheitadeira são alguns dos responsáveis pelos elevados índices de perda de grãos. O ideal é que a barra de corte trabalhe o mais próximo possível do solo, visando deixar o mínimo de vagens presas nos restos da cultura que permanecem na lavoura, explicam os técnicos e agrônomos da Cotrisana. A velocidade de deslocamento da colhedora deve ser sincronizada com a velocidade das lâminas e do molinete, porém devem ser considerados os casos, individualmente. Também prejudicam a colheita: a falta de ajustes dos mecanismos internos da colhedora e a debulha natural das vagens de soja. As lavouras que apresentarem desnível no solo, presença de plantas daninhas, maturação desuniforme, acamamento, baixa inserção de vagens devem ter os cuidados redobrados.

As perdas na colheita podem estar acontecendo por vários motivos, além de ajustes incorretos, de manutenção ou de conservação inadequadas da colhedora, existem outras causas que, uma vez corrigidas resultarão em melhor desempenho e em maior lucratividade. Basicamente, as perdas na colheita da soja se verificam em duas partes da máquina, quando a planta sofre a operação de corte para entrar na máquina e/ou durante a trilha e separação do material que entrou. Na perspectiva de obter um melhor resultado para as perdas foram avaliadas máquinas de várias idades, sendo que as perdas foram classificadas por sacas ao hectare. Quatro delas classificadas como novas, pois possuíam até dois anos de uso, seis catalogadas como seminovas, visto que detinha até cinco anos de uso e oito ordenadas como obsoletas, nesse caso apresentavam acima de seis anos de uso.

Na safra 2010/2011 em um estudo de caso realizado em Sananduva – RS sobre perdas na colheita da soja foram auferidas 3,9 sacas de soja por hectare, considerando que o nível de tolerância estabelecida pela Embrapa é de uma saca por hectare. Nesta safra o Brasil teve aproximadamente 23 milhões de hectares de soja plantados, desse montante o Rio Grande do Sul é responsável por 4,08 milhões e o município Sananduva por 20.000 mil.

A base de cálculo para a arrecadação do município é o agronegócio, seu orçamento equivale a R$ 23.800.000,00, e o PIB a R$ 278.054.000,00. Na safra 2010/2011, Sananduva obteve uma safra recorde na cultura da soja, mas sua perda na colheita foi de R$ 3,43 milhões, isto equivale a 14,5% do seu orçamento e 1,23% do PIB, ocasionando um forte impacto negativo no desempenho das empresas agrícolas. Somente com a perda na colheita da soja seria possível para o município adquirir 114 carros populares no valor de R$30.000,00 cada, ou 68 casas no valor de R$50.000,00 cada, isso em uma única safra.

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