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Após 40 anos longe da sala de aula, Sr. Ademir realiza o sonho de ingressar no ensino superior
“O acolhimento que me trouxe aqui”. A afirmação é do Sr. Ademir Lucas, acadêmico de Educação Física do Centro Universitário IDEAU (UNIDEAU). Aos 68 anos de idade, ele está prestes a concluir a sua segunda graduação, desta vez em licenciatura.
Natural do município de Erechim (RS), ele conta, orgulhoso, que voltou a estudar após 40 anos fora da sala de aula. Desde muito jovem, sempre teve uma ligação forte com o esporte, chegando a jogar, inclusive, nas categorias de base do Grêmio. Em decorrência da situação financeira precisou sair do time, mas nunca abandonou os campos. Sempre que possível, estava participando de campeonatos regionais ou até mesmo treinando equipes, assim, sentia-se mais próximo do seu sonho.
Ademir sempre foi muito ligado à família, por isso, colocou a criação e os estudos dos filhos como prioridade. Após vê-los formados, resolveu voltar para a sala de aula e se aventurar a viver em um ambiente dominado por jovens e tecnologia. “Não é fácil, é puxado, mas o estudo é recompensador. Para mim, mesmo nessa idade, não foi tarde para voltar a estudar, porque estou realizando um sonho, sempre quis fazer Educação Física”, conta.
Com o incentivo da esposa, filhos e netos, em 2018, ingressou no curso de Educação Física Bacharelado, concluindo a faculdade no final do ano passado. “É gratificante chegar ao final da faculdade e ver sua família reunida, e ainda, ouvir dos seus filhos ‘pai, o senhor é um orgulho’ ”, comenta emocionado. Mas, como seu objetivo é dar aulas e treinar crianças e jovens, optou por continuar os estudos e fazer, na mesma área, Licenciatura.
“O desafio quanto mais difícil é, mais forte ele te deixa”
Mesmo precisando conciliar o trabalho de carteiro com os estudos, além do deslocamento de mais de 30 km para estudar, Ademir nunca mediu esforços para realizar o seu sonho. Ao longo de toda a graduação nunca registrou nenhuma falta e sempre buscou alcançar boas notas, pois sabia que a dedicação lhe traria bons resultados. “Eu era uma pessoa que não gostava muito de falar em público, se apresentar e, depois que voltei a estudar, eu perdi esse receio” e complementa “com o PATP aprendi a procurar artigos, fazer resumos. Isso me ajudou muito em algumas provas que precisei fazer no trabalho”, destaca.
Para o estágio obrigatório, contou com a ajuda da neta de apenas 7 anos. “As coreografias das danças que eu fiz para as crianças, eu treinava com a minha neta em casa”, relembra. Agora, com as datas já definidas para a entrega dos relatórios e do TCC, tem se dedicado à reta final da graduação e garante que o objetivo é passar seus conhecimentos para os mais jovens. “A vida vai te ensinando muitas coisas, assim como os estudos. Gosto sempre de dizer para os mais novos ‘estudem’, porque o conhecimento abre horizontes”.