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05/03/2013

PROJETO RONDON: a experiência da Faculdade IDEAU em uma sala de aula com mais de oito milhões de quilômetros quadrados

De acordo com a acadêmica Raíssa, a participação no Projeto foi muito mais do que uma lição de vida e de cidadania – slogan do projeto. “Ele mudou a forma de ver as pessoas e os fatos que estão ocorrendo ao redor”, pontuou. Isso se deu quando ela pôde vivenciar uma variedade de emoções na cidade de destino. “A linha de pensamento de Vygotsky reforça muito o quê penso a respeito de tudo o que passei sendo uma Rondonista quando o autor escreve que o desenvolvimento do ser humano depende do ambiente social em que ele vive” – assevera a acadêmica.
Porém, as mudanças de percepções não se restringiram à Raíssa. Daiana Micheli Perdoncini, acadêmica de Agronomia, usou uma das trilhas sonoras do projeto para inspirar sua percepção acerca da atividade, bem como a sua nova postura enquanto estudante e profissional. “’Minha vida é andar por este país’… É exatamente isto que o Rondon despertou em mim. Em meio ao turbilhão de sensações, emoções e desafios vivenciados, aprendi a ver a vida de uma forma diferente, superando os obstáculos que são colocados diariamente em nossos caminhos e agradecendo ao que temos. Aprendi a dar valor às pequenas coisas, principalmente às que não são compradas com dinheiro e sim com um simples gesto de carinho, de amor, com um sorriso ou com um abraço. Após o Projeto, a vontade é de desbravar novas fronteiras, buscando novas experiências de vida, conhecendo novas culturas, novos povos, lugares, deixando de alguma forma um pouco de mim e levando comigo o que vivenciei, ‘guardando as recordações das terras por onde passei e dos amigos que lá deixei’”.
O acadêmico de Administração, Rafael Martini, descreve sua experiência como um momento de convivência, trabalho, alegria, fraternidade e esperança. “Nele, tive a oportunidade de vivenciar a realidade do povo nordestino, levando um pouco do meu conhecimento teórico e trazendo na bagagem muitas lições de vida de cada pessoa que conheci. Ser Rondonista, para mim, é viver junto, emocionar-se junto, aprender junto, rir junto. Enfim, uma experiência que ressalta a humanidade da nossa equipe. Faz com que olhemos para nós mesmos e nos coloquemos no lugar das pessoas com quem tivemos contato. Apesar de pouco, o tempo que passamos junto ficará gravado como uma das maiores experiências que já tive em minha vida”.
Conforme a acadêmica de Ciências Contábeis Gisele Moro Buri, a participação no Projeto foi uma experiência de “superação das adversidades, onde trocamos a vaidade e o conforto pela realização pessoal e profissional de construir ideias, sonhos e sorrisos na vida das pessoas”. A aluna ainda relata a ampliação de sua visão de Brasil e da sua empatia, pois pôde vivenciar situações extremamente contrárias as do seu dia-a-dia. “Mudou minha forma de ver a vida, aprendendo a extrair o melhor de cada situação e concentrando-me no objetivo e não nos obstáculos” – finaliza a estudante.
Diane Sandri, acadêmica do curso de Agronomia, relata que a participação no Projeto Rondon foi uma experiência e tanto! “Foi conhecer outra realidade da nossa aqui do sul. Aprendi muito com as pessoas que conheci no nordeste. Aprendi a compreender melhor as pessoas e ver que não podemos reclamar do que a vida nos surpreende. Uma experiência que nunca vou esquecer, sempre levarei comigo” – ressalta Diane.
Kamila Fernandez Marció, acadêmica de Administração, escreve que “é impossível falar em Rondon sem falar em sensibilidade, que fica aguçada ao se deparar com tantas situações que marcam e tocam nosso modo de perceber a vida e os outros. A participação neste Projeto, além de uma experiência enriquecedora, foi o que fez eu me sentir realmente formada. Aprender o que é troca vendo pessoas com tão poucas condições, mas que tem tanto a dar, tanto carinho, tanta alegria é transformador, ainda mais podendo dividir tudo isso com pessoas engajadas na mesma causa”.
A acadêmica de Agronomia Verena Heloise Silva de Almeida também se inspira em uma das trilhas sonoras do Projeto para descrever suas emoções e sensações. "’Quando olhei a terra ardendo, com a fogueira de São João, eu perguntei a Deus do Céu: porque tamanha judiação?’ No Rondon fui feliz, sofri, chorei, me diverti, fiz grandes amizades – essas para a vida toda. No Rondon tive a oportunidade de sentir na pele a angústia e a esperança de uma mãe que desejava ver seus filhos longe daquela realidade. ‘Travei’ ao ouvir sua pergunta: ‘Moça, será que um dia eles vão sair daqui?’ É impossível voltar para casa pensando somente no seu futuro. Meu desejo era assistir todos os que lá encontrei, alcançando seus sonhos e edificando suas vidas com perspectivas maiores. Meu desejo é o de ver as crianças e os jovens da Escola Família Agrícola mudando suas realidades, pois muitas vezes vi em suas faces queimadas pelo sol os mesmos sonhos que um dia sonhei. No Rondon fiquei intrigada por encontrar respostas e muitas perguntas também! É impossível não se sentir desconfortável ao perceber a vulnerabilidade emocional daquelas pessoas, situação esta proveniente de seus problemas e obstáculos cotidianos e, ao mesmo tempo sentir a alegria espontânea da dança, dos olhares e dos sorrisos que ignoram qualquer dificuldade. Depois do Rondon ninguém volta igual!”
O professor João Henrique Zancanaro define sua experiência como Rondonista da seguinte forma: “foi uma satisfação presenciar a visão acadêmica transformada em prática social dentro de uma realidade distinta dos alunos”. O docente ainda ressalta o conhecimento adquirido com a vivência e a realidade das políticas públicas no nordeste brasileiro. “Agradeço ao coordenador pela oportunidade e, principalmente, aos alunos que aceitaram a metodologia de trabalho e formaram um time IDEAU” – destaca o professor.
“Arrepio!” Assim relata o professor Alexandre da Silva sobre sua experiência no Projeto Rondon. “Tive momentos de me arrepiar com o olhar das crianças na cidade de Itiúba. Arrepiei-me com os pedidos e as falas dos agricultores. Arrepiei-me com as necessidades e vontades de catadores em pleno lixão. Arrepiei-me com as vontades cooperativistas aflorando em uma oficina que ministramos. Mas, principalmente, me arrepia ler o que nossos alunos escreveram e ter ouvido deles com seus olhos brilhantes a euforia de futuros e jovens profissionais que estão prontos para o mundo. Como educador e estudante, participo de projetos como o Rondon desde 2001, porém, coordenar algo tão expressivo foi minha primeira vez. Tentamos plantar pequenas sementes no sertão baiano e mudar um pouco daquela realidade, mas saber que transformamos a vida dos nossos alunos, realiza qualquer profissional da educação”. O professor termina seu relato com a “certeza de uma formação sólida e comprometida por parte da Faculdade IDEAU – o que nos permitiu formar a melhor equipe de projeto de extensão com a qual já trabalhei”.

 
  
  
  
  


* Crédito para autorização de publicação das fotos: Alexandre da Silva

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